Dólar dispara e bolsas caem com temor de guerra comercial global

Amanda Perobelli/ Reuters

O dólar iniciou a semana em forte alta diante do aumento das tensões no comércio internacional. Por volta das 11h30 desta segunda-feira (7), a moeda americana era cotada a R$ 5,86, impulsionada pela crescente aversão ao risco nos mercados globais e pelos temores de uma guerra comercial entre as maiores economias do mundo.

O clima negativo teve início na última quarta-feira (2), quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a aplicação de tarifas recíprocas, que variam entre 10% e 50% sobre produtos importados de mais de 180 países. A medida provocou reações imediatas no cenário internacional.

Na sexta-feira (4), a China respondeu com tarifas equivalentes às impostas pelos EUA, agravando o clima de incerteza. Agora, investidores acompanham os desdobramentos na União Europeia, que deve anunciar ainda nesta semana medidas em resposta ao pacote tarifário norte-americano.

O risco de um conflito comercial generalizado levanta preocupações sobre impactos diretos na inflação e no comércio global. A expectativa é de encarecimento de insumos, redução do consumo e desaceleração da atividade econômica — um cenário que pode levar o mundo a uma recessão.

O reflexo da tensão já é visível nos mercados. Na Ásia, a bolsa de Hong Kong despencou 13,22% e o índice CSI 1000, da China, caiu 11,39%. Na Europa, os principais índices operavam em queda, com destaque para o Euro Stoxx 50, que recuava 3,83% por volta das 7h45. No Brasil, o Ibovespa acompanhava a tendência global e registrava queda de quase 2% nos primeiros minutos do pregão.